Etapas do Calcetamento

Trata-se de um trabalho especializado que envolve diversas fases que devem ser devidamente cumpridas:
Primeira fase
A preparação do piso irá implicar a abertura de uma “caixa” na calçada pré-existente no passeio, que deverá ter de profundidade de cerca de 3 cm, no mínimo, para além da altura da pedra a utilizar. Regra geral, esta “caixa” deverá ter uma profundidade compreendida entre 8 e 10 cm. Depois de convenientemente preparado o terreno, que passa pela boa compactação do piso onde a calçada vai ser aplicada, deverá ser feita uma sub-base de gravilha [“tout-venant”], também devidamente compactada. A compactação do chão pode ser por processos manuais ou mecânicos.
Segunda fase
Depois da caixa preparada, deverá ser uniformemente distribuída uma camada de areão - inerte constituído por pó de pedra calcária e pequenos pedaços da mesma com dimensões compreendidas entre 1 e 3 mm - ou areia, com 4 a 5 cm de altura, em função da dimensão da calçada que vai ser aplicada.
Terceira fase
Sobre o leito de pó de pedra (areão) ou de areia começa-se a assentar as pedras da calçada, travadas entre si, que deverão rondar os 3 ou 5 cm de lado (as pedras miúdas garantem uma melhor adesão e aderência), que, para os desenhos com o padrão que se pretenda realizar, contam com o auxílio do molde (tradicionalmente de madeira, mas que poderá ser de outro material, como o metal ou o plástico). O molde é fixado com cavilhas sobre o areão. Depois vai-se dispondo a pedra da cor base (mais comumente em Lisboa, a branca, mas não é obrigatório que assim seja), em todo espaço exterior ao molde, contornando-o, e nos espaços vazios que eventualmente possua. Concluída esta fase, retira-se o molde com cuidado e começa-se o preenchimento do espaço por ele deixado com pedra de outra cor. Cada pedra, ajustada manualmente pelo calceteiro, deve ser previamente aparelhada com precisão, até obter a forma e dimensão que garantam o encaixe perfeito e o efeito decorativo pretendido. As juntas entre as pedras deverão apresentar um espaço com cerca de dois a cinco milímetros de separação. Esta pequena distância permitirá diminuir o risco de oscilações do piso e, consequentemente, uma melhor compactação, evitando no futuro as deformações do pavimento e o destacamento/soltura das pedras, assim como uma melhor aderência, contribuindo para uma melhor conservação do pavimento.
Quarta fase
Terminado o empedrado, as juntas deverão ser fechadas com pó de pedra ou areia, que, espalhada sobre a calçada deverá ser varrida com vassouras de modo a garantir o preenchimento uniforme das juntas com esse material. A calçada é depois regada pela primeira vez com regador, para o material de preenchimento melhor se infiltrar nas juntas e posteriormente compactada com o maço, para o conjunto ficar compactado, regular e uniformemente ajustado à cota pretendida (habitualmente até o empedrado atingir a “nega”, i.é, a altura em que as pedras ficam niveladas com o lancil do passeio) e até que a percussão não produza efeito algum de recalque.
Quinta fase
Por fim, espalha-se novamente sobre a calçada um pouco de areia fina com auxílio de vassouras, e rega-se abundantemente.